EM LIVE, CAROL PIMENTEL CONTA SOBRE O PROJETO 100 ANOS DE EMÍLIA

Na última quinta-feira, 29, a quadrinista Carol Pimentel participou de uma live com Cleo Monteiro Lobato. O encontro, transmitido pelo Instagram do @lobatocomvc, integra a programação de divulgação do Centenário da Narizinho

Formada em Física e em outras três faculdades, Carol atua como editora-chefe do Estúdio Patinhas, que atende várias editoras e com a produção de quadrinhos. Apaixonada por quadrinhos, a artista já foi editora-chefe da Marvel e segundo Cleo, aos internautas, é “praticamente a gênese de todo o evento”, tendo sido a “semente de todo o projeto”.

A dupla começou a conversa contando ao público sobre como se conheceram, no início da pandemia, este ano. Cleo lembrou que estava navegando pela internet quando se deparou com o projeto do livro de história em quadrinhos de Carol, o “Emília 100 anos”.

A partir daí, nasceu a parceria entre elas, o que segundo a bisneta de Monteiro Lobato “chegou na hora certa”. Durante o bate-papo, Carol falou sobre o surgimento do projeto que se deu com a junção de mulheres ilustradoras e quadrinistas.

A profissional relatou também sua experiência com a personagem do autor e seu primeiro contato com a obra de Lobato. Dona de poucas bonecas, ela relembrou que tinha uma boneca Emília quando criança, que foi sua companheira e confidente por muito tempo, tendo sido um presente da avó, com quem ela assistia, na TV Cultura, a episódios da antiga versão do Sítio do Picapau Amarelo.

A quadrinista revelou que foi por meio da obra de Lobato que teve contato com a Astrofísica, quando lia, por exemplo, sobre constelação. Em seguida, ela  mostrou o projeto finalizado, que contempla a criação de 26 mulheres da área em um compilado de 100 páginas que reúne diferentes histórias.

Carol explicou que as versões da Emília são apresentadas por década, começando Carol por 1920, com ilustrações que variam nos estilos e caracterizações, através das histórias, tendo inclusive Emília de outra cor, com outra roupa e até mesmo uma Emília especial, com bengala e uma do futuro.

“Nossa proposta é pensar ‘e se mulheres fossem falar sobre a Emilia? Qual seria esse outro olhar?’”, disse a quadrinista, que também discorreu sobre os tipos de quadrinhos e o mercado da área em geral, principalmente sobre o avanço das mulheres no ramo.

Ao final, Carol confessou que além da Emília é apaixonada pelo Visconde de Sabugosa e que tem um carinho pela Narizinho e Tia Nastácia, à qual se referiu como “avó postiça”.

EM LIVE, MAGNO SILVEIRA REVELA CURIOSIDADES SOBRE A EXPOSIÇÃO “ILUSTRADORES ORIGINAIS DE ‘A MENINA DO NARIZINHO ARREBITADO’”

Na última quarta-feira, 21, a muralista e ilustradora Mari Salmonson participou de uma live com o designer Magno Silveira. O encontro, transmitido pelo Instagram do @lobatocomvc, antecedeu o lançamento da exposição “Ilustradores originais de ‘A Menina do Narizinho Arrebitado’”, que integra a programação de divulgação do Centenário da Narizinho.

Antes de iniciar o bate-papo, Mari recebeu Cleo Monteiro Lobato, bisneta do autor e diretora da Monteiro Lobato Projetos Culturais. Ela falou sobre a exposição do artista convidado e seu trabalho, que reuniu as ilustrações da personagem de Monteiro Lobato em todas as épocas. Cléo revelou que descobriu Magno pelas redes sociais e afirmou ter se identificado com ele, definindo o encontro entre eles como “emoção especial”.

Na sequência, Magno Silveira se apresentou aos internautas e falou sobre sua formação, carreira e experiências, relatando desde seu primeiro contato com a literatura de Monteiro Lobato até a fase de colecionador das ilustrações de sua obra, que resultou na exposição e na linha do tempo das diferentes representações das personagens.

Ele destacou as principais diferenças entre a obra inicial “A Menina do Narizinho Arrebitado” e “Reinações de Narizinho”, detalhando curiosidades sobre edições e o processo de formação de sua coleção.

Respondendo a uma pergunta enviada por um internauta, Silveira mostrou suas ilustrações favoritas da obra de Lobato, que são de Voltorilo para “O Sacy” (1921) e Augustus para a capa e contracapa de “Reinações de Narizinho” (1947).

Em seguida, ele falou sobre a ilustração de “Histórias de Tia Nastácia” (1937), feita pelo argentino Raphael de Lamo, observando que sua arte é a que menos apresenta a personagem como “caricatura”. “Foi o que fez a Tia Nastácia mais natural”, explicou Magno, que ressaltou também a diferença na caracterização de Emília pelas mãos do ilustrador.

Em relação à boneca de pano, Silveira atribuiu à criação de J U Campos a Emília mais icônica, lembrando que em sua primeira aparição, por Voltolino, ela era representada como uma “bruxa”.

Ao citar Dona Benta, ele chamou a ilustração feita por Andre Le Blanc para “Obras Completas” (1947) de “a mais interessante”. “É uma Dona Benta super amorosa, super afável, é aquela avó que todos nós queremos ser, aquela avó ideal”, opinou o artista.

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