“100 Anos de Narizinho” tem origem na conexão e na união das curadoras

Saiba como surgiu o evento e conheça mais sobre a parceria de Cléo Monteiro com as curadoras.

Instagram, pandemia, sinergia. Estas podem ser consideradas as palavras-chaves da origem do evento “100 Anos de Narizinho”, evento que marca o centenário de personagens inesquecíveis de Monteiro Lobato e a parceria entre a idealizadora Cleo Monteiro Lobato e as curadoras Mari Salmonson, Sônia Travassos e Mônica Martins.

Tudo começou em meados de fevereiro, segundo Cleo, que tendo há pouco começado a usar o Instagram, descobriu pela plataforma o livro “Emília 100”, da Carol Pimentel, iniciando, assim, uma conexão virtual com a editora da obra comemorativa.

Conexão essa que a bisneta de Monteiro Lobato afirma ter acelerado entre as pessoas com o período da pandemia do coronavírus. “É muito interessante pra mim isso, porque antes eu me sentia longe de todo este universo por morar nos Estados Unidos, mas agora parece ter dado uma turbinada e me sinto tão perto, tão presente no mundo de Lobato que eu mesma nem acredito”, contou Cleo.

Sem estar em contato com as parceiras ao vivo e as cores, a herdeira do autor garante que a ausência do contato físico não faz diferença. Resistente a conexões neste universo online, Cleo se diz, agora, fascinada com a dimensão na qual está inserida com o andamento do projeto.

“Isso é muito importante porque eu só consigo trabalhar com quem estou íntima e energeticamente conectada”, disse a curadora, que confessou que liga para cada participante das lives, antes do encontro, para estabelecer uma sintonia “de mente, de coração e de espírito” com a pessoa.

“Assim foi com as meninas, este alinhamento que passa como uma flecha através do coração”, avaliou Cleo, que apoiou financeiramente a obra de Carol Pimentel.

Metamorfose despertou interesse em projeto

No dia 25 de dezembro, “A Menina do Narizinho Arrebitado”, primeiro livro infantil de Monteiro Lobato, comemora 100 anos. A obra, que abre a série de histórias do “Sítio do Picapau Amarelo”, passou por uma série de evoluções até chegar em “Reinações de Narizinho”, em 1931. Foi exatamente este processo de metamorfose, de um livro fino de capa dura a uma obra composta por 11 histórias que influenciam milhares de crianças há 100 anos, que motivou Cléo Monteiro Lobato a apostar no projeto. – Vale lembrar que estas transformações estarão disponíveis, com informações do ilustrador Magno Silveira, que falou sobre o assunto em uma live com Cleo, no evento.

ASSISTA A LIVE https://www.instagram.com/p/CGn-MUqpRBW/

Além de Narizinho, que dá nome ao livro, a data marca também o surgimento de outros personagens memoráveis como Emília, Tia Nastácia, Dona Benta e o próprio Sítio do Picapau Amarelo, oportunidade ideal, de acordo com Cleo, para aproveitar o estilo das ilustrações de Mari Salmonson, a especialidade de Sônia Travassos e os projetos de Magno Silveira e Mônica Martins, que idealizaram exposições referentes à data, para o centenário

“Foi uma questão de sinergia. Todos já tinham suas ideias e eu gosto de juntar pessoas. Juntos somos mais fortes!”, contou a bisneta de Lobato, que convidou também para o evento um grande amigo de Taubaté, Pedro Rubinho. No entanto, o rapaz, que está envolvido com o trabalho “Ocupa Saci” não pôde se juntar às parceiras, embora tenha colaborado com o projeto ao sugerir a necessidade de estabelecer um ponto fixo para a ideia.

“Isso fez cair minha ficha de que se estamos celebrando 100 anos do livro foi a coisa mais importante para pegar o fio da meada”, disse Cleo, que tem se reunido semanalmente com as demais curadoras há meses, contando também com o apoio técnico de Priscila Silva.

“Foram milhares de horas conversando sobre como fazer, criar, idealizar, monetizar etc, decisões que têm sido sempre tomadas democraticamente”, contou Cleo, que aposta na visibilidade de toda esta parceria e no reconhecimento de cada trabalho realizado.