“..E agora uma notícia que entristece a todos: Acaba de falecer o grande escritor patrício Monteiro Lobato!”
Assim, o Repórter Esso, programa noticioso que revolucionou a história do radiojornalismo brasileiro, comunicava à todos, na voz do jornalista Heron Domingues, a morte de José Bento Monteiro Lobato, um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Autor de mais de 40 obras, considerado o pai da literatura infantil no Brasil, Monteiro Lobato, morreu vítima de um segundo acidente vascular isquêmico, às 4 horas da madrugada, do dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade. Ele morreu em casa, em um apartamento temporariamente emprestado por seu amigo e co-fundador da Editora Brasiliense, Caio Prado Jr., na rua Barão de Itapetininga 93, Centro de São Paulo, onde no térreo funcionava a histórica Livraria Brasiliense. O prédio continua lá, firme como testemunha muda de um pedaço relevante da nossa história. A morte do escritor causou forte comoção nacional, atraindo milhares de pessoas, entre ilustres desconhecidos, autoridades e famosos, ao seu velório na Biblioteca Municipal de São Paulo e ao seu sepultamento no Cemitério da Consolação, na zona sul da capital, demonstrando a importância de Lobato para o Brasil naquela época.
Um homem à frente de seu tempo, Lobato teve múltiplas facetas; foi, além de escritor, jornalista, tradutor, editor, publicitário e empresário, que se notabilizou sobre tudo, por sua luta em defesa dos interesses do Brasil e dos brasileiros nas áreas do petróleo, saneamento básico, saúde, e educação. Na literatura infantil, Monteiro Lobato se popularizou pelo conjunto educativo de sua obra formada por livros como Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939), que constitui aproximadamente metade da sua produção literária. A outra metade é composta por contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um único romance, O Presidente Negro.
Estamos completando 75 anos sem esse gênio da nossa literatura e para lembrar a sua importância para o nosso país, nós decidimos escrever este artigo, baseado em textos publicados em sua homenagem, na edição 4-5 volume II, de setembro/outubro de 1948 pela Revista Fundamentos, publicação que Lobato havia fundado alguns meses antes pela Editora Brasiliense. Na Revista, Lobato exercia a função de redator-chefe e publicou os folhetos De Quem É o Petróleo na Bahia e Georgismo e Comunismo. A publicação mantinha um “conselho de redação” formado por destacados intelectuais, como Annibal Machado, Aparício Torelli, Artur Ramos, Astrojildo Pereira, Candido Portinari, Clovis Graciano, Edson Carneiro, Galeão Coutinho, Graciliano Ramos, Vilanova Artigas, Leo Ribeiro Moraes, Mario Schemberg, Moacir Werneck de Castro, Oscar Niemeyer, Samuel Barnsley Pessoa e Sérgio Buarque de Holanda. No mês seguinte à sua morte, quem assumiu a chefia de redação foi Afonso Schmidt, e tinha como seus colaboradores mais próximos Ruy Barbosa Cardoso, José Eduardo Fernandes, Caio Prado Junior e Artur Neves. A Revista Fundamentos encerrou suas atividades em dezembro de 1955, depois de 40 edições.
UM JEITO ÚNICO DE ESCREVER QUE CONQUISTOU O BRASIL
Monteiro Lobato trabalhou pelo abrasileiramento da nossa língua e da nossa arte, escrevendo sobre os processos rotineiros do trabalho nos sítios, nas fazendas, os personagens do nosso folclore, as brincadeiras das crianças do interior, nossa fauna e flora, além de matérias até então pouco literárias como por exemplo o fisco e o imposto territorial. Foi através do caboclo doente, miserável e abandonado, que ele foi levado a estudar a situação econômica do povo brasileiro e como consequência desta preocupação, passou para a política. Iniciou a campanha pelo voto secreto no Brasil, com o objetivo de revigorar a política, estimulando a renovação dos quadros políticos nas Câmaras. Do voto secreto passou para a defesa do nosso subsolo e da nossa independência energética, tema que muitos brasileiros sequer tinham percebido sua importância até que publicou os livros Escândalo do petróleo e ferro e O Poço do Visconde.
Como escritor, a partir dos artigos Velha Praga e Urupês, Lobato passa de figura conhecida localmente para conhecida nacionalmente e realiza uma transição estilística em seu modo de escrever, inaugurando um novo momento na literatura brasileira, onde o romantismo habitual, da época, é substituído por textos mais realistas e contestadores de assuntos nacionais. Sua obra passa a ser, em todos os setores, uma obra de denúncia implacável e sistemática contra a desonestidade política, o estado de abandono e a pobreza da população do interior do país, a sabotagem das nossas riquezas em favor do imperialismo e o próprio governo do Brasil como um todo.
Se não conseguiu provocar uma grande revolução social através de seus livros, os fatos mostram que Lobato foi o grande responsável pela maior revolução editorial e literária vivida pelo pelo Brasil ao longo de sua história.
O EDITOR QUE REVOLUCIONOU O MERCADO DE LIVROS NO BRASIL
Lobato surgiu como escritor de sucesso num tempo em que não era fácil viver de livros no Brasil, porque haviam apenas duas ou três grandes editoras por aqui, que se dedicavam quase que exclusivamente a publicações didáticas. Além disso, o livro era considerado um artigo de luxo, por ser caro e difícil de ser encontrado. As poucas publicações que haviam, eram voltadas para a sociedade aristocrática, que possuía estudo, deixando de lado a grande maioria dos brasileiros, formada por analfabetos ou por pessoas de baixíssima escolaridade. Esse era claramente um dos grande obstáculo a ser enfrentado no desafio de aumentar o número de leitores, para assim destravar o mercado editorial.
Para se ter uma ideia, os maiores livros da nossa literatura não conseguiam garantir aos seus autores, o suficiente para que conseguissem sobreviver, mal dando para pagar as despesas de impressão de suas obras. Definitivamente, ser escritor não era de forma alguma um bom negócio. As edições eram pequenas, processo de distribuição de livros era incipiente, e quando um livro conseguia vender toda uma edição, era raro o caso em que conseguia editar uma segunda edição. O pensamento na época era: “para que reimprimir mais se quem desejava (e sabia) ler, já tinha lido?”
Foi assim que Monteiro Lobato teve que, além de escrever, se tornar editor. Nessa função ele democratizou o papel impresso no Brasil, espalhando livros por cerca de 8 milhões de quilômetros quadrados do território nacional, mesmo em um país que não sabia ler!
A partir da compra da Revista do Brasil, em 1918, Lobato dá início a uma série de inovações no mercado editorial nacional. Ele desenvolve uma seção editorial que revolucionou a produção de livros no Brasil, passando a editar autores novos e consagrados. Um inegável ativista da ideia de “dar livros ao Brasil”, Lobato foi levado por sua veia empreendedora, a transformar a Revista do Brasil, que na época reunia os principais escritores paulistas, em um núcleo inicial para uma grande editora, mudando definitivamente o negócio de livros no país. Ele se associou a Octalles Marcondes Ferreira, um jovem de apenas 18 anos de idade à época, para fundar a sua primeira editora, a Monteiro Lobato & Cia., um sucesso absoluto que logo foi transformada em uma sociedade anônima, com oficinas enormes. Lobato introduziu em São Paulo os primeiros monotipos, publicou centenas de obras e expandiu a venda de livros para mais de 1.200 localidades no Brasil. O número de publicações e de vendagem superou as expectativas do próprio Lobato, que para enfrentar o problema da escassez de livrarias, criou uma rede própria de distribuição, expandindo, apesar de toda a precariedade do transporte na época, os locais de venda de livros para todo o país, através de pontos de vendas por consignação.
O PAI DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL
Não podemos deixar de ressaltar também, a importância de Monteiro Lobato na literatura infantil, afinal antes dele, os livros voltados para esse público, praticamente não existiam, eram muito caros, escritos, na maioria das vezes, em Português de Portugal e praticamente sem ilustrações, nem mesmo em preto e branco. Em outra atitude pioneira, Lobato revolucionou o modo de escrever para crianças, se utilizando o nosso Português, e simplificando os termos, pode se dizer que utilizou uma linguagem muito mais acessível, em publicações repletas de figuras, ilustrações coloridas e muita fantasia. Mexendo no imaginário infantil, Lobato conseguiu falar aos mais jovens, sobre assuntos tão complexos e antes interessantes apenas aos adultos, como petróleo, ferro, saneamento básico, verminoses e novos processos de trabalho agrícola, por exemplo. As histórias de Monteiro Lobato ensinam sobre história, física, geografia, matemática e tantos outros temas chatos para quem queria apenas brincar e se divertir. Ele entendeu que o ato de educar, de despertar o interesse pela leitura, estava justamente aí: em saber como se conectar com a criança através do modo e através do mundo dela. Estava criado um novo método educacional no Brasil.
TRADUÇÕES QUE CONECTARAM O LEITOR BRASILEIRO COM O MUNDO
Lobato não apenas se destacou escrevendo livros para crianças e adultos, mas também teve um papel relevante na tradução de obras estrangeiras, que foram essenciais para a formação do leitor brasileiro. Responsável por lançar vários autores estrangeiros aqui no Brasil, suas traduções foram da História da Filosofia, de Will Durand, e Memórias, de André Maurois, a Minha vida e minha obra, de Henry Ford, e Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway passando por O Homem Invisível de H.G.Wells e 1984 de George Orwell. Crepúsculo dos Ídolos e Anticristo, de Friedrich Nietzche, ainda em 1906, Robinson Crusoé, Mowgli, o menino lobo; Aventuras de Tom Sawyer; Pollyana; Moby Dick; Tarzan e Homem Invisível, são alguns títulos que ilustram a importância dessa atividade de tradução e adaptação feitas por Lobato, por o desenvolvimento literário do nosso país. É importante ressaltar, que Lobato não apenas fazia as traduções para a língua portuguesa, como também se preocupava e deixar os textos mais claros e fáceis de ler, num processo chamado de ordenação literária.
LOBATO DO BRASIL, PELO BRASIL E PARA OS BRASILEIROS
De acordo com o historiador e sociólogo Caio Prado Júnior, o escritor foi tocado pelo espetáculo da grandeza estadunidense que ele presenciou no tempo que passou nos Estados Unidos, onde trabalhou como adido comercial do governo brasileiro de Washington Luis. Lobato passou então a sonhar em ver o nosso país seguindo pelo mesmo caminho. Para realizar esse sonho, ele então não só passou a estudar o Brasil, como também passou a propor medidas para promover o desenvolvimento nacional, se tornando uma espécie de ‘capitão de indústria’. O escritor consultou técnicos, convocou engenheiros, reuniu capitais e se lançou em um dos seus mais audaciosos projetos: descobrir petróleo no território brasileiro. Lobato não se limitou em somente idealizar o assunto, foi além da teoria, arregaçou literalmente as mangas e agiu com o objetivo de ajudar a melhorar a vida dos brasileiros, tentando transformar seu sonho do petróleo em um grande negócio.
A longa história de sua luta pelo petróleo nacional está contada em seu livro O Escândalo do Petróleo, a mais terrível acusação até hoje escrita contra o imperialismo e seus agentes incrustados no governo federal da época. Nessa publicação, ele denunciou com provas documentais, o monopólio das nossas terras petrolíferas e o vasto plano para entregar o nosso petróleo à exploração de empresas estrangeiras. Com sua inteligência e combatividade, ele conseguiu transformar a luta em defesa de um empreendimento capitalista, num movimento de extensão nacional, que desempenhou no seu tempo, juntamente com a campanha da Aliança Nacional Libertadora, liderada por Luiz Carlos Prestes, uma indiscutível função educativa e politizadora junto às mais amplas camadas da nossa sociedade. Podemos dizer que foi através dos comícios da A.N.L., dos panfletos e da pregação de Lobato em defesa do petróleo nacional que o povo brasileiro passou a conhecer e entender os problemas básicos da nossa economia, bem como a necessidade de se manter uma posição de luta firme e corajosa contra as ameaças imperialistas.
Foram dez anos de sua vida dedicados à campanha de nacionalização do petróleo brasileiro. Mesmo doente, costumava atravessar noites escrevendo cartas, artigos e prospectos de divulgação e propaganda, além de viajar por todo o Brasil, em incansáveis encontros para divulgar suas ideias sobre o assunto e defender a nossa libertação econômica. Lobato sacrificou saúde, dinheiro e sua família durante o que ele mesmo chamou de sua “febre petrolífera”, que ao invés de leva-lo ao delírio, deu a ele a lucidez necessária para compreender as linhas mestras da revolução agrária e anti-imperialista do Brasil daquela época. Seu entusiasmo pelo petróleo era tão grande que ele chegou a estudar e aprender toda a técnica da extração do ouro negro, para assim poder acompanhar os trabalhos junto aos poços que suas companhias perfuravam.
Antes de iniciar a sua jornada em defesa do petróleo brasileiro, Lobato se tornou um dos maiores defensores do processo Smith, da redução do oxido de ferro em baixa temperatura. Esse método siderúrgico criado pelo engenheiro William H. Smith e patenteada, em 1928, pela General Reduction Corporation, em tese, reduziria o minério de ferro a ferro esponja, por meio de reações químicas, em forno vertical com temperatura inferior ao ponto de fusão do metal. Após essa redução, o ferro é magneticamente separado de outros materiais e, por fim, briquetado. O ferro esponja é considerado uma alternativa ao ferro gusa e ambos podem ser utilizados na produção de aço, no entanto, apesar de ainda hoje, muitos especialistas considerarem o uso do segundo mais vantajoso. O livro “Ferro”, de 1931, onde Monteiro Lobato reúne seus artigos publicados no jornal O Estado de São Paulo sobre este assunto foi considerado pelos técnicos como uma valiosa contribuição ao estudo do problema siderúrgico no Brasil, servindo de incentivo à formação de diversas empresas que até hoje empregam o processo preconizado pelo escritor.
A PUBLICIDADE ANTES E DEPOIS DE LOBATO
Além de um incansável propagador de ideias no sentido geral, a serviço dos homens, no campo da cultura, na defesa da terra e na independência econômica do país, Monteiro Lobato deu uma importante colaboração ao mercado de publicidade e propaganda. No âmbito comercial ele foi um técnico em anúncios e o seu primeiro grande trabalho foi com a adaptação do Jeca Tatuzinho como garoto propaganda de dois preparados farmacêuticos: o Biotônico e a Anquilostomina Fontoura. Os textos produzidos para o Jeca Tatuzinho e posteriormente para o Zé Brasil, um panfleto que entrou na história da literatura brasileira como a maior campanha publicitária do Brasil. Lobato se revelou um exímio copywriter, redigindo e revisando vários textos de toda a linha Fontoura durante vários anos. Na verdade o escritor sempre demonstrou essa sua faceta publicitária, contribuindo com ideias pioneiras na direção da Revista do Brasil, fundada por ele, e mais tarde na União Jornalística Brasileira, uma empresa que redigia e distribuía notícias para vários jornais, comprada por Lobato em 1937, para fazer a propaganda comercial da sua companhia de petróleo. Lobato não foi apenas um técnico em propaganda, mas também redigiu e revisou textos, garoto propaganda de diversos produtos e foi até dono de agência de publicidade e inegavelmente um pioneiro inovador da publicidade no Brasil. Na opinião do publicitário Pedro Neme, um dos colaboradores da Revista Fundamentos, somente depois de Monteiro Lobato é que a propaganda começou a se desenvolver no nosso país.
NÃO QUIS SER MINISTRO E QUASE VIROU DEPUTADO FEDERAL
Monteiro Lobato sempre teve uma veia política latente, claramente exposta em seus textos questionadores, críticos e reflexivos sobre temas como saúde, educação e desenvolvimento econômico. Foi nomeado adido comercial do Brasil nos Estados Unidos pelo presidente da República, Washington Luís, que foi deposto por um golpe militar em 1930. O comandante das forças político-militares, Getúlio Vargas, assumiu então a presidência do país. Nacionalista convicto, Lobato e Getúlio entraram em rota de colisão quanto a relação dos interesses energéticos do Brasil da época. Vargas ainda tentou seduzir o escritor, fazendo um convite para que ele assumisse a direção do Ministério da Propaganda em seu governo, prontamente recusado por Lobato.
Quando Vargas chegou ao poder, Monteiro Lobato já era famoso pela produção literária e pela luta para provar que o Brasil era rico em petróleo. Preso por discordar da política energética e afrontar o regime ditatorial de Vargas, Lobato ficou preso na Casa de Detenção de São Paulo, onde conheceu o sargento do Exército, José Maria Crispim, preso por ser simpatizante do Partido Comunista Brasileiro, com quem dividiu uma pequena cela. Foi nesse período que ele conheceu as ideias do PCB e se interessou ainda mais pelos assuntos que giravam sempre em torno do petróleo, da siderurgia, da reforma agrária e da democracia. Lobato lamentou não ter conhecido Crispim antes, porque já se considerava velho, doente e cansado, para assumir uma militância mais ativa.
Mesmo assim, quando deixou a prisão, se manteve próximo a Julio Prestes e membros do PCB. Em 1945 foi convidado por Prestes, que esteve em sua casa, acompanhado do poeta chileno Pablo Neruda, para ser candidato a deputado federal. O escritor aceitou o convite de imediato, mas desistiu depois, por discordar do apoio que o PCB havia dado ao governo Vargas. A explicação para esse apoio do partido a Getúlio, foi justificada pelo próprio Luís Carlos Prestes, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1986, que via os nazistas como o grande inimigo a ser combatido naquele momento, apesar de Vargas ter sido o responsável pela deportação da ativista política Olga Benário, companheira de Prestes à época, que foi presa e morta na Alemanha.
Havia também um drama de consciência. Lobato não aceitava o carimbo de ‘comunista’, porque apesar da sua simpatia por algumas ideias defendidos pelo PCB, o escritor há anos se mantinha um admirador confesso das ideias do economista estadunidense Henry George, tendo publicado inclusive o panfleto Georgismo e Comunismo. Junte-se a isso, o fato do escritor ter sido uma pessoa de senso ético e independência de pensamento acima do normal, esses fatores sempre tornaram impossível à Lobato juntar-se a qualquer governo ou filosofia politica.
Seja como empreendedor, realizador, escritor ou pensador, Monteiro Lobato será sempre merecedor de todas as homenagens e dos inúmeros estudos sobre sua vida e sua obra. A genialidade de Lobato transcendeu a criação de personagens imaginários, trouxe à luz o verdadeiro Brasil que margeava o imaginário fantástico e envolvente do escritor. Convivendo entre o real e a fantasia, Monteiro Lobato foi em sua essência um dos mais combativos patriotas do nosso país e sem dúvida a sua morte, uma perda imensurável para a nossa própria história. Mas a sua memória continua viva, provocativa, reflexiva e inquieta, como ele próprio foi ao longo se sua existência.
Para finalizar este artigo, fazemos um agradecimento especial ao jornalista Silvio Lefevre, filho de Antonio B. Lefevre. médico que atendeu Lobato no dia de sua morte, por nos ter disponiblizado esse material, que a partir de agora estará a disposição de todos, aqui no nosso site.
Revista Fundamentos, edição 4-5 volume II, de setembro/outubro de 1948, edição em homenagem ao seu fundador, Monteiro Lobato.
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REFERÊNCIAS:
http://memoria.bn.br/pdf/102725/per102725_1948_00004-00005.pdf